Implantar um sistema de jogo a partir das peças disponíveis no elenco. Esse é o discurso atual da maioria dos treinadores de futebol. Inclusive o de Caio Júnior, que assim fez no Vitória. Dupla de zaga sem um xerifão clássico, laterais de apoio, nada de volante brucutu, dois meias técnicos e dois atacantes: um de beirada, outro de área. O resultado disso é um time que joga e também deixa jogar.
E por que não dizer que esse ‘desequilíbrio’ é a chave do sucesso rubro-negro nesta Série A? Vice-líder do Brasileirão, é o segundo time que mais fez gol (13) e mais levou (8) dentro do G-4. E na temporada, o balanço não é muito diferente. Em 31 jogos, são 63 gols marcados e 38 sofridos, média de dois feitos e 1,2 sofrido por jogo, respectivamente.
“A palavra é coragem. Eu quero ir até o fim com uma equipe corajosa, agressiva, que vai ter os problemas do jogo, como nós tivemos, mas que tem a reação e busque a vitória”, analisa o técnico Caio Júnior, que viu o time marcar três ou mais gols em 10 jogos no ano, quase um terço das ocasiões. Por outro lado, só não sofreu gol em sete.
Neste Brasileirão, uma das preocupações do treinador é acertar o lado direito defensivo, responsável por três dos cinco gols sofridos nos últimos três jogos (Atlético-PR, Goiás e São Paulo). O problema é que por esse lado, além de dosar os avanços de Nino, Caio precisa pedir uma força extra pra Cajá e Maxi, as duas principais peças ofensivas. Do outro lado, Escudero só sobe na boa. “A partir do momento que a frente marcar, não vai estourar tanto na zaga e em Wilson. Mas também temos jogadores que se enfia uma bola e acontece o gol, como Dinei, Maxi, Cajá”, aprecia o volante Michel.
Arbitragem
Paulo César de Oliveira (SP) apita o Ba-Vi. Os auxiliares são os baianos Luiz Carlos Teixeira e Adson Leal.
Leão em campo
Defesa
Não há lá nenhum mistério na formatação defensiva rubro-negra. Como, pela própria característica da equipe, o Vitória costuma ceder muitos contra-ataques, Caio Júnior não abre mão de jogadores velozes no setor. São os casos de Nino e Gabriel, mantido no time mesmo após a falha na derrota de 1x0 para o Goiás.
Meio-campo
Resistentes fisicamente e com perfil de mais toque de bola, Michel e Cáceres têm tripla função: proteger a zaga, cobrir o avanço dos laterais e, na brecha da marcação adversária, aparecerem como elemento surpresa na frente. Completam o setor Escudero e Cajá. O argentino não sai do lado esquerdo, onde procura marcar e fazer as jogadas de ultrapassagem com o lateral, no caso Tarracha. Já Cajá flutua entre o meio e o lado direito, onde busca sempre tabelas e assistências com os atacantes. Na recomposição, pega os volantes adversários.
Ataque
Na frente, Maxi e Dinei, cada um com 12 gols no ano. O argentino busca o lado direito, onde conta com Nino. Dinei joga mais centralizado, sendo opção para os dois lados. Numa segunda formatação, caso do segundo tempo contra o São Paulo, domingo, os dois jogam por dentro. Assim, Cajá abre mais pela direita. Sem a bola, independente do estilo no momento, a missão é marcar a saída de bola.
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