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As reservas de ingresso para a
Copa do Mundo mal começaram e já está causando polêmicas. Isso porque a Empresa Match Services AG, responsável por fornecer os ingressos e as acomodações para atletas e dirigentes durante o Mundial, está na mira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o repórter Tiago Dantas, do UOL, o Cade vai abrir uma investigação contra a Empresa após relatos do MPF (Ministério Público Federal), que divulgou infrações contra a ordem econômica, ao adotar práticas semelhantes à venda casada, proibida no país, e que limitam a livre concorrência.
O procurador Frederico Paiva, do Ministério Público Federal de Brasília, já encaminhou uma representação ao Cade desde o dia 13 de agosto. Porém, o conselho informou que ainda está analisando o pedido de urgência, o que pode durar até 90 dias. Caso seja confirmadas as irregularidades de conduta da Match, uma investigação será aberta.
Uma das acusações de Paiva é a possibilidade de ocorrer a chamada transferência de poder de mercado. Como detém exclusividade no fornecimento de ingressos, a Match poderia oferecer pacotes que incluem hospedagem ao público geral, o que representaria uma vantagem ilegal em relação a outras agências de turismo, que não podem fazer barganha com o preço do ingresso. A venda casada é proibida pela legislação brasileira.
Além disso, o procurador acredita que, com os contratos que a Match firmou com 929 hotéis brasileiros, a conduta da empresa pode ajudar a inflacionar o preço da acomodação durante a Copa. "A Match procura hotéis de alto padrão e reserva uma parte dos quartos por um valor alto. Por contrato, ela obriga o hotel a não cobrar um preço menor nos quartos restantes. Assim, o céu é o limite para os valores desses outros quartos", analisou.
Segundo uma pesquisa feita em junho pela Embratur, empresa ligada ao Ministério dos Esportes, os valores médios das diárias de hotéis devem subir até três vezes durante a Copa. Mesmo em meio às acusações, a Empresa negou que tenha influência sobre esses preços. "Nem a Match nem a Fifa regulam os preços. Eles são fixados pelos donos de hotel e pelo mercado turístico. O que há é um pequeno número de exceções nas quais a Match teve que aceitar tarifas mais altas que as normais" explicou a Companhia, por meio de uma nota.
Escolhida pela Fifa, Match é apoiada pela entidade
Questionado sobre os serviços da Match, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, defendeu a empresa. Ele afirmou que a companhia é parceira da entidade máxima do futebol há anos e, assim como a Fifa, é favorável que o maior número de pessoas assista aos jogos do Mundial pagando o menor preço possível em hotéis. "O que queremos que as pessoas possam aproveitar a Copa do Mundo", disse Valcke.
Já o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, afirmou que a Match não trabalha com nenhuma prática comercial irregular. Disse também que isso já será explicado ao Cade caso seja necessário. "Não há qualquer monopólio. O assunto está claro", ressaltou.
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