Auditoria Bahia : transações com ingressos revela rombo que ultrapassa R$ 1 MILHÃO

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Desde que a informação sobre a dívida do Esporte Clube Bahia – acumulada em R$ 83 milhões – foi divulgada, a caixa preta da agremiação revela que as transações feitas entre a gerência do tricolor e os parceiros são realizadas de forma informal, muitas com a inexistência de contrato e caracterizando relações de ‘porta de rua’ realizadas à torto e à direita.

Com o documento completo da auditoria – que chegou até a redação do Bocão News – foi possível verificar diversos pontos questionáveis, cujos resultados não deixam claros quem, de fato, se beneficiou na operação.

O contrato firmado entre o Esporte Clube Bahia (ECB), o Esporte Clube Bahia S.A. (Bahia S.A.) e a Fonte Nova Negócios e Participações S.A. (Arena Fonte Nova) em 4 de abril de 2013 regula as diretrizes para o contrato de licença de utilização das dependências do estádio pelo clube. No vínculo fica explícito que o Bahia tem direito a 300 ingressos (categoria Premium) e 2 camarotes por jogo efetuado na Arena, conforme descrito abaixo:

“Seção 9.3: Ingressos de Cortesia: A SPE – Fonte Nova Negócios e Participações S.A. fornecerá ao Clube 300 (trezentos) ingressos de cortesia para cada jogo, no local destinado aos assentos Premium, os quais poderão ser utilizados pelo Clube, sendo vedada a venda a terceiros. O Clube terá direito ainda, durante o Prazo e na realização de cada jogo, a explorar dois camarotes no estádio (um camarote Presidência e um camarote Conselho) observado o Regulamento de Uso dos Camarotes da Arena Fonte Nova.”

No entanto, por se tratar de ingressos com custo mais alto (entradas do setor Premium custam R$ 165) do que as demais entradas do estádio, era comum a cada jogo, o Bahia realizar trocas de tíquetes Premium não utilizados por ingressos convencionais, neste caso em maior quantidade, já que a conversão era feita com base no montante (quantidade x preço unitário). As entradas eram então distribuídas entre patrocinadores, torcidas, presidência, vice-presidentes e funcionários.

Além disso, a auditoria revelou que o clube, em todos os jogos, procedeu à distribuição de cortesias, em quantidade e valor do que estava previsto em contrato, o que acarretava em descontos nos valores recebidos da Arena Fonte Nova decorrente do contrato firmado entre as partes envolvidas.

Analisando a tabela, entende-se que o Bahia retirou 6.450 ingressos no BaVi inaugural da Arena Fonte Nova, no dia 7 de abril de 2013, o que gerou um valor total de R$ 321.750,00, que seriam descontados posteriormente em um contrato do clube com a Arena.

O que o Bahia fez então com estas entradas que não poderiam ser comercializadas? Essa é a pergunta que nem mesmo a auditoria soube responder. No documento, os auditores revelam que “para a distribuição de ingressos, somente existe critério formalizado para aqueles distribuídos a patrocinadores, cujas quantidades estão previstas em contrato. Para os demais ingressos não identificamos critérios pré- estabelecidos para a sua distribuição”.

Por conta desta operação feita pelos gestores do Clube, o Bahia deixou de receber um montante de R$ 1.213,690, descontados no contrato entre as partes envolvidas e gerando mais um prejuízo aos cofres do tricolor.

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