Crise financeira e zona do rebaixamento podem desestabilizar Vasco da Gama

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Deixar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro não é o único desafio do Vasco em curto espaço de tempo. Pressionado pelos maus resultados, o elenco também não esconde a insatisfação com os salários atrasados em razão da crise financeira que o Cruzmaltino atravessa. Os atletas experientes costumam dar respaldo aos mais jovens e têm o diretor executivo Ricardo Gomes como um autêntico "bombeiro" no vestiário de São Januário.

Impedido pela Justiça de obter as certidões negativas de débitos - documento que comprova a renegociação de dívidas junto ao Governo Federal -, o Vasco sofre para honrar os compromissos. Sem poder assinar o contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal e receber a verba da Nissan, o clube tem mais de R$ 20 milhões retidos e depende de empréstimos para quitar a folha de pagamento.

A dívida atual é de dois meses - julho e agosto. No próximo dia 5 de outubro, o Vasco pode completar três meses de salários atrasados, embora exista um acordo com o elenco que prolonga o vencimento de cada período para o dia 20 do mês seguinte. Os atletas jovens e com valores menores do que as principais estrelas são os que mais sofrem com o problema e recorrem aos jogadores experientes e empresários na dificuldade.

Capitão do time, Juninho reconheceu que o assunto envolvendo o bloqueio das certidões passou a dominar as conversas do elenco. Porém, fez questão de assegurar que a crise financeira não é a razão para a 17ª colocação no Campeonato Brasileiro.

"Isso atrapalha muito. É um assunto falado no vestiário e foge do objetivo final que é vencer os jogos. Sempre tem alguém perguntando sobre esse processo. Sabemos que é mais difícil para alguns do que para outros. Bato na tecla que para exigir é preciso dar as melhores condições de trabalho. Salário, independente de quanto seja, é sagrado. Mas nos passam que tudo está sendo realizado para que o bloqueio não exista e os atrasados sejam pagos", afirmou.

"Faltam 15 dias para entrarmos no terceiro mês. É sempre arriscado perder jogadores mais jovens dessa forma. Torcemos por uma solução final para que tudo flua naturalmente. É uma coisa recorrente, falada todos os dias e que damos o crédito de confiança para que se resolva rápido", completou.

O técnico Dorival Júnior conversa diariamente com os atletas sobre a situação e dá frequentes sinais de desgaste. Já o diretor executivo Ricardo Gomes funciona como uma espécie de "bombeiro" no vestiário. É através do profissional que o elenco toma ciência da crise e manifesta esperança por dias melhores.

"Não é um panorama ideal no futebol, mas isso não nos faz ocupar a 17ª colocação. O Ricardo Gomes está sempre aqui, faz um papel presente e segura a situação da melhor forma possível. A cada dois dias ele tenta nos passar alguma coisa. Mas também ficamos sabendo muito do andamento por vocês [imprensa]. A luta é grande para que tudo seja resolvido", encerrou Juninho.

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