Faltou competência Juan

Desperdiçando oportunidade do empate, Juan assume responsabilidade por derrota
Foto Romildo de Jesus / Estadão
“O pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube.” Essa famosa frase é atribuída a Neném Prancha, ex-roupeiro do Botafogo, ex-técnico e “filósofo do futebol”. Certamente ele estava querendo mostrar a importância dessa lance no jogo e que em alguns casos pode decidir os desdobramentos de uma partida de futebol. Como os dirigentes máximos de cada clube nem sempre são exímios cobradores e a regra não permite, cabe a cada clube escolher os chamados cobradores oficiais.

Contra o Flamengo o experiente lateral esquerdo Juan escolhido como batedor oficial partiu para a cobrança e de maneira previsível permitiu a boa defesa do jovem goleiro Paulo Vítor. Esse lance decretou os números finais da partida, pois teve o efeito de um balde de água fria dentro e fora das quatro linhas. E com certeza não tem nenhuma ligação com a campanha do "balde de gelo" no combate à esclerose lateral amiotrófica (ELA). O que faltou a Juan foi a frieza necessária para converter a penalidade máxima no gol de empate do rubro negro baiano o que poderia naquele momento mudar o rumo da partida. 


(Foto: Robson Mendes)

Recorrendo novamente a filosofia do futebol, já dizia o mestre Didi: " treino é treino, jogo é jogo". Após a partida Juan reconheceu sua falha e assumiu a responsabilidade afirmando que: " Venho treinando e treinando bem. Tanto que fui escolhido para bater. Mas bati mal, fraco, à meia-altura. Não foi no canto. A responsabilidade é minha. Não faltou concentração. Eu estava confiante, mas realmente não bati bem. E sou o responsável". Como o futebol não pode ser tratado como uma ciência exata já deveria ter sido revisto esse conceito no Vitória de cobrador oficial absoluto uma vez que assumir responsabilidade de nada vale para o clube que encontra-se na zona de rebaixamento e não consegue superar seus adversários dentro de casa.

Como diz o ditado: “Pênalti bem batido é o que entra”. E todo bom boleiro sabe que se deve cobrar forte, rasteiro, colocando a bola na chamada costura da rede que dificilmente o goleiro consegue chegar. Faltou a Juan a competência para converter a penalidade máxima em gol .

A proposta de Ney Franco era de uma equipe ofensiva escalando Marcinho, Caio e Dinei. Mas, com um ataque improdutivo, laterais que não chegam até a linha de fundo o rubro negro baiano criou poucas chances reais de gol. Os maus resultados no campeonato brasileiro colocam o clube na lanterna da competição e numa temporada para se esquecer a luta até o final será contra o rebaixamento.

Ficha técnica:
Vitória 1 x 2 Flamengo

Data: 31/08/2014
Local: Barradão
Arbitragem: Anderson Daronco (RS) auxiliado por Marcelo Bertanha (RS) e Alexandre Kleiniche (RS).
Gols: Caio (VIT) / Marcelo e Alecsandro (FLA)

Vitória: Junior Fernández; Ayrton, Luiz Gustavo, Roger Carvalho e Juan; Luis Aguiar (Adriano), Richarlison, Escudero e Marcinho; Caio (Willie) e Dinei.

Flamengo: Paulo Victor, Léo Moura, Marcelo, Wallace e João Paulo; Cáceres, Canteros, Márcio Araújo (Gabriel) e Everton; Paulinho (Lucas Mugni) e Alecsandro.

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