As incoerências de Ney Franco

Foto reprodução / Internet
No ano marcado pelo amadorismo e a incompetência dentro e fora das quatro linhas, até o experiente técnico Ney Franco se perdeu nas suas convicções e carrega consigo uma parcela de culpa significativa dessa temporada desastrosa do Vitória. Considerado o grande responsável pela surpreendente campanha de 2013 que quase levou o clube para a conquista de uma vaga na Libertadores, hoje fica à beira do campo de uma maneira figurativa e previsível vendo sua equipe se perder nos seus próprios erros. 

Os números de 2014 demonstram plenamente a baixa qualidade técnica desse elenco protagonistas de atuações vexatórias e que não vão deixar saudade. O time é fraco, limitado, previsível. Não empolga, não encanta, não mantem uma regularidade. Garra, raça e poder de superação não fazem parte do vocabulário desses jogadores. E o que se viu esporadicamente no campeonato brasileiro foram lampejos de esperança vãs. Em 36 rodadas foram conquistados míseros 38 pontos, sendo 10 vitórias, 08 empates e consideráveis 18 derrotas. Foram marcados 37 gols pró e o setor defensivo tomou 49 gols só perdendo para Criciúma e Palmeiras. 

Analisando Ney Franco, se tornou técnico de uma nota só. No seu tradicional esquema ofensivo com 03 atacantes esqueceu o óbvio, a falta de meias de qualidade para fazer essa bola chegar nessa linha ofensiva. De discurso politicamente correto e alinhado com a diretoria pouco fez para exigir qualidade nas contratações. O que era um dos seus pontos destacados no ano passado em fazer uma correta leitura de cada partida, esse ano não se repetiu. Mantem suas convicções e preferências e até hoje está conduzindo o Vitória para o abismo apostando na promessa José Wellison, no ex-jogador em atividade chamado avenida Juan, no voluntarioso e pouco produtivo Dinei e no ineficiente Willian Henrique. Prestigiou os limitados Rodrigo Defendi, Jonathan Ferrari, Dão, Alemão e mais recentemente Roger Carvalho. 

Na sua incoerência optou em colocar o jogador Escudero somente aos 40 minutos do segundo tempo contra o Coritiba, no jogo chave para se afastar da zona da confusão. Contra o Figueirense quando todos sabiam da dificuldade da partida escalou o argentino como titular. Time apático e burocrático permitiu ser dominado pela equipe da casa e mais uma vez toma um gol infantil de bola parada. O discurso ensaiado após cada partida é o mesmo: " não temos tempo para lamentar " e sai agora para realizar duas partidas para evitar o mau maior, mas que se vier o torcedor consciente sabe perfeitamente que não ocorreu por acaso.

O técnico Ney Franco é apenas a ponta do iceberg do fracasso rubro negro em 2014. Quando tudo isso terminar poderá vir à tona ou não os bastidores dessa caixa preta de uma gestão marcado pelo amadorismo e sucessivas falhas de gestão principalmente na condução das crises e das contratações pífias dessa temporada.

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