Foto: Site Medina Futebol |
Em sua discreta passagem pelo Flamengo, em 2001, o folclórico Vampeta disse a “célebre” frase após ser criticado por suas atuações, abaixo da média, em meio a mais uma crise financeira do clube , disparou: "O Flamengo finge que me paga, e eu finjo que jogo".
É com essa cultura do futebol brasileiro presente até hoje em alguns clubes, que os dirigentes fingem que sabem de planejamento e gestão, contratam sem critérios ou demoram para reforçar o elenco, montam um grupo de jogadores ou negociam outros sem consultar o treinador e na primeira sequência de maus resultados jogam a filosofia no lixo e mudam o comando da equipe técnica como se troca de roupa.
Decorrido seis rodadas do Campeonato Brasileiro já tivemos, pasmem, sete mudanças de treinador. Mais de um técnico e algumas frações dele por jogo. Sempre com os conhecidos argumentos para livrar a pele da incompetência do próprio cartola e colocando na conta do técnico todos os erros de gestão que a dança de cadeiras se tornou uma prática corriqueira. Os “professores” por sua vez também tem sua parcela de contribuição quando a primeira proposta tida como irrecusável abandona o projeto e buscam seus próprios interesses.
Foto divulgação Cruzeiro |
Até mesmo nos clubes com trabalhos consolidados a tolerância dos cartolas é zero. O Cruzeiro seguindo a tendência de mercado negocia seus principais jogadores e não consegue repor com a mesma qualidade os atletas que se foram. Como o futebol é profissional e não perdoa as atitudes amadoras, veio a desclassificação vexatória na libertadores para o River Plate.
Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo |
Professor luxa, rubro negro declarado, acreditou na palavra dos dirigentes e 20 dias depois foi demitido após recusar uma proposta para um projeto ainda maior de treinar o São Paulo. Como é idolatrada pelo lado azul das Minas Gerais já fez sua estréia com o pé direito no time mineiro. O diplomático Oswaldo Oliveira, que não participou de boa parte das mais de 22 contratações do Palmeiras, não contou com a paciência dos dirigentes e conselheiros que precisam de um bode expiatório para desviar o foco das escolhas erradas nas contratações e não reconhecer, como sempre, seus erros. O mais recente desempregado Marcelo Oliveira deve respirar ares paulistas em breve como solução de todos os problemas, assim como o ex-treinador palmeirense também era.
É com essa realidade que o futebol brasileiro vem sendo administrado com prazo de validade imediato. Sem planejamento, sem uma gestão séria e duradoura que possa suportar as tempestades dos maus resultados. Os clubes na sua maioria tem na sua gestão dirigentes que só visam o lucro. Abandonam a filosofia e investem muito pouco no melhor patrimônio que podem ter logo ali do lado que são as divisões de base. Faltam os projetos e seus objetivos a curto, médio e longo prazo.
Enquanto o futebol definitivamente estiver nas mãos dos aventureiros da gestão profissional, o panorama será de dirigentes fazendo loucuras com as finanças do clube para ganhar campeonato, venda prematura de nossos craques e vexames da seleção principal que visa exclusivamente a atender interesses mercadológicos. O escândalo da FIFA, conhecido por todos , que o diga.
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