Euforia e decepção do laboratório rubro negro

Foto: Flirck Vitória / Maurícia da Matta 

Com pouco mais de quatro meses à frente da presidência do Vitória, a equipe de Ivã de Almeida está provando dentro e fora das quatro linhas que estão fazendo do clube um laboratório no que se refere a gestão desse negócio chamado futebol.

Muita euforia e empolgação com o resultado das urnas e promessas vãs de títulos, a sensação do torcedor rubro negro é de no mínimo decepção. Eliminado da Copa do Brasil para o modesto Paraná e da Copa do Nordeste para o maior rival, resta ao torcedor a esperança do campeonato estadual que de longe não vai representar um título de expressão nacional.

Com um primeiro semestre perdido e sem um padrão de jogo e comando técnico, o Vitória entra para disputa do Campeonato Brasileiro como sério candidato a brigar contra o rebaixamento.

O primeiro passo para um gestão eficiente é fazer um criterioso planejamento, identificar uma filosofia de trabalho e na ansiedade de se definir o comando técnico para 2017, o clube optou pela solução mais cômoda que foi renovar com Argel Fucks. Responsável por livrar o clube do rebaixamento contanto com esforço enorme do Inter para cair e a presença do decisivo Marinho que fez a diferença quando o rubro negro mais precisou, Fucks foi escolhido para comandar a temporada 2017.  

Foto: Francisco Galvão/EC Vitória

Esse mesmo Argel que montou a equipe Colorada em 2016, foi campeão gaúcho, mas que os dirigentes não acreditaram na falácia de resultados sobrepor ao desempenho. A primeira bola fora dessa atual gestão foi deixar vazar uma foto com os possíveis “reforços” para deleite da mídia sempre ávida por informação.  Dessa lista se confirmaram as contratações do lateral esquerdo Gefferson (Internacional), do zagueiro Alan Costa (Internacional), Fred (Grêmio) e do meia Cleiton Xavier (Palmeiras).

Daí por diante veio a supervalorização de jogadores como Leandro Salino, Uillian Correa, Pisculichi, Pineda, Bruno Ramires que dentro de campo sempre deixaram a desejar. Junte-se a isso a um erro de avaliação ao apostar em uma temporada sem contusões do meia Dátolo.

Dentro de campo o limitado Argel Fucks, treinador de uma nota só, se desdobrava para encontrar uma melhor formação. A equipe acumulava atuações sofríveis, sem variações táticas, jogadas ensaiadas e sempre que questionado se segurava como podia na meritocracia de resultados desconsiderando os sinais de alertas de desempenhos questionáveis.

O castelo de areia de Argel seguia vencendo equipes que nem disputam a Série D e com lampejos contra o Vasco da Gama e triunfos a duras penas contra o seu maior rival. Com Euller no meio de campo sofreu o primeiro duro golpe ao ser eliminado pelo modesto, mas eficiente Paraná Clube.

Foto: Divulgação/EC Vitória

Vieram os clássicos e com a oportunidade de golear na partida de ida pela Copa do Nordeste construiu um placar mínimo para o jogo de volta. Fora de seus domínios assistiu o rival jogar. Veio à tona todas as limitações, erros na escalação, limitações e falta de repertório. Não soube anular as principais peças com inteligência e abdicou de atacar e jogar um bom futebol.

Argel se despede ainda se segurando na estatística dos 79,76% de aproveitamento que não resultaram em nenhuma conquista relevante. Deixa o clube com os bolsos cheios e uma generosa multa rescisória. Nunca conseguiu dar um padrão tático a equipe e deixa o legado de indicações limitadas que vão custar caro aos cofres do clube.

Futebol profissional  não perdoa os amadores e aventureiros de ocasião. 

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